A dinamica do amor se baseia em saber receber o amor, aceitar o amor e doar amor. Uma pessoa deve saber receber primeiramente o amor dado a ele, caso contrario sempre será vazia nos seus sentimentos. Aceitar esse amor , faz parte de internalizar este sentimento , sentir, processar para poder doar, posteriormente.
Muitas vezes, em um processo de dar amor, receber amor, compartilhar, um dos parceiros cruza os braços, se fechando, como que bloqueando o seu core. Mas ele faz isso inconscientemente para segurar a sua energia, pois, a dificuldade de doar e receber e depois manter passa a ser muito frustrante. Essas pessoas geralmente desenvolvem a crença de que não necessitam de ninguém na vida, são auto-suficientes, mas na realidade, é por medo, medo de mostrar a verdadeira dor de alma que carrega. O doar e o receber seriam como uma rodovia de mão dupla, vai e volta, em equilíbrio, na mesma proporção. Pessoas que desenvolvem dificuldade de receber agem do seguinte modo: “Tenho dificuldade de receber, então eu farei” mas no fundo , sempre deseja receber algo em troca. Exemplificando isso. Pessoas que possuem o habito de cuidarem de todos que os rodeia, pais, mães, filhos, marido, vizinhos, colegas de trabalho dentre outros. Preocupa-se com eles, se envolve nos problemas, querem resolver, procura, faz, corre por eles mesmo que esteja abarrotada de trabalho e mesmo que todos já sejam adultos e teoricamente já deveriam saber se cuidar e de seus próprios problemas. Este comportamento é claro, - tenho dificuldade de receber amor, de ser amada e tenho dificuldade que outras pessoas cuidem de mim, portanto, eu cuidarei deles, MAS em troca, acredito que eles vão gostar de mim, me aceitar. Essa é o delírio, a ilusão, pois, quase sempre, estas pessoas com características de mães de todos, são sempre solitárias. Sempre muitas pessoas ao redor, mas quando possui necessidade de recorrer a alguém, este alguém não existe, ai vem a frustração.
Devemos antes de tudo, aprender a fazer algo simples, “ livrarmos do excesso de conhecimentos que na sua maioria não passam de preconceitos”, esse é uma verdade e devemos aprender a fazer isso para conseguirmos retirar a nuvem negra que impede de vermos a nossa própria verdade. Um ditado muito interessante que me lembro com freqüência, refere que “ Para você se afastar do seu coração, da sua essência, tente ler e aprender o Maximo possível”. Para antagônico, mas como a maioria das coisas que lemos e achamos que aprendemos de valor são frutos de preconceitos, isso, no fundo nos afasta da nossa essência.
Vamos dar como exemplo os médicos, teoricamente, quem deveriam nos ver com seu coração e com a sua essência, de forma amorosa e incondicional, pois, ali necessitamos de algo maior que apenas medicamentos. É comum tomarem atitudes opostas, como por exemplo a atitude de rejeição e ou desprezo, quando olham para alguém que tem na realidade uma doença grave de alma, mas a definem como “ Não são doentes na verdade, ele não tem nada”. Isso porque todas as técnicas físicas adotadas pela medicina atual, moderna, não é capaz e não tem a sensibilidade de mostrar a maior doença do ser humano, a “dor de alma”.
Novamente nos deparamos com o processo da prepotência de alma. Quando um médico, não consegue saber exatamente o que seu cliente apresenta, mesmo, que este alguém esteja ali dizendo que possui, a resposta mais freqüente é “Ele não tem nada, deve ser nervosismo”. Podemos entender essa colocação de outra forma “Eu sou desinformado e incapaz a tal ponto de não entender nada de processos sentimentais, pois, eu mesmo não entendo ou que eu sinto quando estou perto desta situação ou nesta situação”. Afirmar que alguém não possui “nada” mesmo com aquele alguém ali, deitado em uma maca de hospital, consultório ou pronto socorro, pedindo de alguma forma ajuda, o faz se sentir muito perto de Deus. Na realidade ele apenas se sente, pois, Deus sabe exatamente da dor que esta pessoa esta passando e sentindo. Costumo dizer que “Apenas poderemos ensinar um caminho a alguém, se um dia eu já tenha percorrido este mesmo caminho”. Como alguém irá te levar por uma estrada, cheia de curvas e obstáculos se ela mesma nunca passou por lá? Assim, vejo estes profissionais. Eles possuem medo de trilhar seus caminhos, como irão mostrar a quem esta perdido, o caminho que nem ele mesmo conhece?.
Um dia chegou uma moça de seus vinte e poucos anos com as seguintes duvidas:
- Ela – Eu estou preocupada comigo. Tenho uma vontade desigual de transar, de fazer amor, mas meu namorado me evita e muita das vezes refere que eu necessito de ser tratada, porque isso não é normal.
- Eu – Você tem vontade ou prazer em fazer sexo? E essa vontade, seria com qualquer pessoa ou apenas com o seu namorado?
- Ela – Eu tenho prazer, gosto. E é apenas com quem eu me relaciono, não sinto isso ao ver outros homens. Claro que observo, acho outros homens interessantes, mas, sexo, apenas com quem eu estou. Isso é anormal mesmo?
Neste caso, temos alguns pontos a discutir. Sem dúvida parece insensato e até delirante dizer que essa pessoa é anormal, mas, a sociedade neurótica esta a forçando a pensar que o problema esta nela e não nas outras pessoas. Médicos em geral, ginecologistas e ou psiquiatras, independente da especialidade não ficam totalmente a vontade quando se trata de discutir “desvios sexuais”, “perversões” e principalmente os limites desta sexualidade. Misturam as próprias neuroses, seus próprios medos e preconceitos, emitindo condutas e opiniões na sua maioria não baseados em suporte amoroso e desprovido de contaminações como estas. A medicina não esta preparada para estas situações, e o ser humana atual, em geral, também não. Sempre há uma mistura cultural, religiosa e da própria natureza humana, que confunde e distorce a realidade, quando se diz respeito a estes tópicos. É freqüente ouvirmos, de forma até engraçada, pessoas dizerem “sexo para mim é normal, afinal, qual o problema?”. Se sexo e sexualidade que são duas coisas muito diferentes, fossem assim, “normais”, não iríamos discuti-los a todo segundo, não nos preocupávamos em colocar na mídia, livros, jornais, a cada minuto das nossas vidas. Afinal, ágüem passa horas discutindo de como ela abriu uma porta? Não, porque isso sim é normal. Discutimos o que para nosso ser, é anormal e assusta.
Quando a cliente responde “ Eu tenho prazer, gosto. E é apenas com quem eu me relaciono, não sinto isso ao ver outros homens. Claro que observo, acho outros homens interessantes, mas, sexo, apenas com quem eu estou. Isso é anormal mesmo?” Interessante quando a pergunta dela coloca em duvida a própria natureza sexual normal do ser humano. O prazer vinculado a sexualidade seria algo ruim? Porque por centenas de anos, o ser humano então desenvolveu técnicas de “prazer” sexual, independente de qualquer intenção de reprodução humana? A busca do prazer sexual esta na nossa historia, na nossa existência. Engraçado tentarem classificar como distúrbio da sexualidade quando se gosta da sexualidade, e como normal, quando passa a ser capaz de evitar a sexualidade. A diferença entre a sexualidade humana feminina e masculina, deveria ser discutida com equivalência, complementaridade, e não como opostos.
Assim, quando uma mulher sadia, sexualmente ativa, normal, vem ao consultório referindo este tipo de queixa, a medicina logo se encarrega de achar uma medicação para ela, e não ouvi-la nas suas queixas mais profundas. Ela se mostra decepcionada, seu relacionamento mostra sinais de deteriorização, de perda de energia, e entrar com medicação seria deixar escapar a chance de dar vida e felicidade a esta mulher. Este jovem veio ao consultório para entender sua situação e não se queixar da sua situação. Se há um reforço neurótico por parte da medicina, em que, lhe é colocado sua situação sexual como algo distorcido, ela assume esta distorção e com ela vem a culpa e a inadequação. Este seria o primeiro passo para realmente se tornar doente. Fica evidente aqui o perigo da transferência e da contratransferência na relação médico-cliente, o que reforça minha afirmação de que para ser médico, hoje, em qualquer especialidade, este deveria se manter sempre em terapia.
Quando mulheres procuram sexo-terapia, livros sobre sexualidade, cursos, entendimentos, na verdade, elas já possuem em seu material genético toda uma historia de suas ancestrais, do ponto de vista sexual inclusive. Isso, é. Elas já possuem o conhecimento inconsciente de tudo, apenas, procuram permissão para agir do modo que acham justo agir, sem culpa ou medo, colocado desde sua infância pela sociedade sexualmente doente.
Aprendemos que a beleza deve ser suprema, superior a tudo e a todos. Aquelas que passam pela decepção de não serem belas, usam as mascaras para se defenderem de tais lições, dadas nas nossas salas de aulas diárias da escola da vida moderna. A perfeição não existe, principalmente a perfeição da beleza corporal, uma vez que ela esta ligada ao julgamento do outro, e não no nosso julgamento. As mulheres aprendem que devem ter esperanças de se tornarem perfeitas, que o outro ou a outra ficara estupefato, curvado, reduzido ao silencio. E quando as pessoas admiram e se manifestam a respeito da beleza demonstrada, apenas confirma uma afirmação por si mesma procurada. Entretanto, essa mulher que se tornou uma neurótica, prisioneira desta sociedade, também se comporta como uma juíza carrasco de si mesma, pois, nunca a julgará linda o suficiente para si mesma. Suas falhas e defeitos sempre serão vistas por ela, e desesperadamente, tentara esconde-la, seja qual o custo. Por isso, comum a mulher levar horas para decidir qual roupa a se usar, insegura ao amor do parceiro, insegura em que tipo de maquiagem, insegura a tudo que diz respeito a isso. Se isso já a consome, imagine o que ocorre ao decidir qual parceiro a ser escolhido. Não raro, pessoas assim, escolhem homens imaturos, infantis, mas que lhe tragam status, posição social. Não infreqüente, trocam de parceiros constantemente, mas eles têm que possui algo a oferecer. A procura esta baseada teoricamente na idéia que estarei com um homem que me ofereça aquilo que outros homens não possam oferecer, o dinheiro ou a colocação social como exemplos mais comuns, não importando quem seja ou o que seja, contanto que o elas tenham o que querem, se tornarem alvos de admiração ou inveja. Estas mulheres, geralmente são alvos fáceis para os maridos de suas amigas, e com este alvo, vem a conquista fácil. O inverso também se torna verdadeiro, pois o homem que acompanha a amiga destas mulheres sempre será melhor do que o homem que esta do seu lado, mais inteligente, mais rico, mais culto, melhor pai, assemelhando a dificuldade de escolha da melhor maquiagem, melhor vestido, melhor sapato. Há uma repetição de condutas, de modo circular que não tem fim.
- Duas amigas e a sobrinha de uma delas saem juntas:
- A – Voce não estava namorando aquele cara riquíssimo? O que aconteceu?
-A2- Eu dei um tempo, quero respirar um pouco, ele pega muito no meu pé.
-S- Vou apresentar meu namorado para vocês. Ele chegou da Europa e marcamos nosso noivado para daqui dois meses.
-A2 – Europa? Ele trabalha com o que?
-A – É empresário. Exportação. Tem mais de 60 anos, mas não aparenta a idade.
Logo ao chegar, A2 se insinua para o homem, e por ciúmes a sobrinha da outra amiga se retira, após uma discussão com o namorado. No final da noite, A2 foi dormir com o namorado da sobrinha da amiga.
Perguntado para o empresário sobre o que aconteceu na noite passada, a resposta dele foi clara. A “S” é mulher para casar, e a “A2” para transar.
Este movimento comportamental muito freqüente, apenas demonstra uma disputa entre mulheres pelo poder, e não pelo homem. Pelo poder que ele representa, e não pelo homem que ele é. A mulher A2 irá sempre viver a ilusão que é desejada e cobiçada pelos homens, mas na realidade é desprezada. O homem em questão, também usa do status para ter sexualmente o que deseja. São apenas objetos, e não há sentimentos.
Temos que entender que quando se procura o perfeito, ou seja, ser perfeita, isso traduz a certeza interna de ser imperfeita, e com isso, o medo das outras pessoas enxergarem este fato. Porque uma mulher leva horas para escolher uma roupa que lhe deixe mais bonita? Maquiagem, brilhos, batom, dentre outros artifícios? Realmente deixar sedutora um objeto que na realidade ela mesma não acredita que seja. Claro que este é um buraco, um buraco físico, mas há outros buracos nesta historia, os buracos da inteligência, do espírito, da cultura. Lembrando das polaridades, quando encontramos um extremo, ele se iguala ao outro extremo. Porque será que algumas mulheres insistem em se fazer de desentendidas e pouco concentradas na vida diária? O ditado que mulher bonita demais geralmente é pouco inteligente tem um porque. Lembrando que, pela teoria das polaridades, a feia tem que ser inteligente demais ou boa demais em algo para compensar sua falta de beleza, e a bonita tem que demonstrar uma falta de inteligência para compensar o excesso. Mas ter os dois em excesso também é uma distorção, uma vez que devemos sempre estar no equilíbrio e não nos extremos.
Estudando um pouco de FREUD, sempre achei no mínimo curioso a afirmação que as mulheres, desprovidas de pênis, desenvolviam uma inveja dos homens por estes o terem e ela não. Hoje o mundo mostra, talvez, o contrário. Homossexualidade masculina esta chegando a um nível que estou acreditando que o homem quem tem inveja da vagina.
Alguns psicanalistas, aparentemente tentam levar suas clientes em uma linha moralmente aceita ( apenas por eles), e socialmente aceita. Mas, se vivemos em uma sociedade neurótica, sexualmente doente, que linha seria a correta a de se seguir? As que estes psicanalistas acreditam ser a correta? Portanto, distorcida na vida de um indivíduo, seria aquilo que traz angustia e bloqueios para a sua própria vida, caso contrário, se para ele não existe angústia, para que mudar? Qual o limite? O limite seria a linha do outro? Mas se o outro souber colocar limites, baseado nas próprias angustias, nada sairia daquilo que poderíamos considerar equilibrado. Viver neste tipo de sociedade mascarada pelo medo de assumir nossas próprias deficiências e defeitos, nos empurra para o falso pudor. Sabemos que aquilo que negamos dentro de nossa alma, mais força ganha, regra essa que não foge de um grupo social. Portanto, sempre será um convite, por exemplo, ao estupro, jovens que vivem esta falsa moral.
A internet nos ajuda a entender um pouco do medo destas mulheres. Como há uma dificuldade enorme em aceitar e encontrar o homem por elas idealizadas, como perfeito, para ela, a internet se tornou um veículo interessante. Nos sites sociais de encontros, se descrevem as pessoas mais perfeitas do universo, as mais fieis, ricas, socialmente interessantes, entretanto, porque então sozinhas? Claro que o parceiro ideal, idealizado como um sonho nunca apareceu, e pelo menos neste local, teoricamente seria possível encontrá-lo. Então, existe um meio de se manter a ilusão de que um homem poderia não ser decepcionante: a escolha de um homem inacessível. Assim acontece também fora destes meios de comunicação, pois, um homem inacessível, ideal, poderia ser um homem casado. Quem nunca ouviu a expressão: “Todos homens que prestam já estão casados”. Esta frase exemplicfica a disposição de quem a articula, de nunca estar com um homem acessível, pois, todos possuem defeitos, menos os inacessíveis para ela, os casados, os artistas, cantores, celebridades que na realidade, se privam de serem acessíveis a qualquer mortal, na teoria.
O que acontece na realidade, é a luta para manter um sonho infantil, uma idealização infantil, uma grande ilusão. Estas mulheres passam a ser inquisitoras dos homens, exigindo uma prova praticamente impossível de se passar. Os homens por sua vez, passam pelos próprios medos. A competição é grande no campo social, pois, agora na atualidade, masculinidade não é sinônimo de potencia sexual, caráter ou proteção familiar, e sim, poder social. O mais rico, mais influente, mais poderoso é visto também como o homem mais viril, como uma forma distorcida, pois, estes poderosos, dispensam tanta energia para manterem seus status e posições sociais, em constante batalha com outros homens que se tornam impotentes sexualmente na sua grande maioria. Daí, uma queixa freqüente no consultório “ Meu marido não gosta de mim, tenho que emagrecer, ele não me deseja” “ Meu marido faz sexo comigo uma vez por mês, e sou frustrada com isso” “Tenho que estar bem e bela fisicamente para que o meu marido me procure, ele sempre esta ausente, ou tem ejaculação precoce” “ Dorme logo depois do primeiro prazer” e ai vai inúmeras queixas. E isto esta claro, pois, a escolha inicial da mulher se baseia na ilusão e não na realidade. As polaridades também são verdades neste assunto. O homem que insistentemente procura a esposa para relações sexuais se diz potente, o que na realidade pode estar encobrindo um medo da própria sexualidade e da própria impotência, pois sexo, não seria o ato apenas, e sim um contexto de compartilhamento entre duas pessoas.
Gostei muito amigo... parabéns!
ResponderExcluirÉ um assunto muito peculiar, que, numa velocidade incalculável, vem atingindo muitas pessoas fazendo com que a felicidade e a satisfação pessoal fiquem cada vez mais difícil de ser encontrada, sentida e realizada! Não temos uma fórmula mágica de como devemos agir, mas temos a capacidade de discernimento para lidar com tais questões.
ResponderExcluirParabéns pela postagem.